Exportações e importações batem recorde; superavit é de US$ 20 bi

A expansão das exportações de agosto garantiu números recordes para a balança comercial, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. As vendas do Brasil em agosto atingiram US$ 26,1 bilhões, e as compras de outros países chegaram a US$ 22,2 bilhões no mesmo período, um superavit comercial de US$ 3,8 bilhões.

No acumulado de 2011, as exportações brasileiras alcançaram US$ 166,7 bilhões, e as importações US$ 146,7 bilhões, um resultado positivo em US$ 19,9 bilhões. Esse saldo acumulado representa aumento de 70,8% na comparação com o acumulado entre janeiro e agosto do ano passado.

O bom desempenho reforça as previsões de que a corrente de comércio brasileira (total das exportações e importações) em 2011 chegue perto de meio trilhão de dólares. Entre setembro do ano passado e agosto deste ano, o montante já alcança US$ 456,5 bilhões. Entre janeiro e agosto deste ano, esse valor é de US$ 313,4 bilhões.

O ministro informará mais detalhes da balança comercial às 15h30 de hoje. O bom desempenho das vendas externas é atribuído principalmente às vendas de produtos básicos, como soja, petróleo e café.

Balança comercial totaliza superávit de US$ 4,2 bi no ano

A balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 4,229 bilhões em 2011 até a terceira semana de abril, de acordo com dados divulgados há pouco pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No mesmo período do ano passado, a balança registrou saldo positivo de US$ 1,565 bilhão.

A corrente de comércio (soma das exportações e importações) chegou a US$ 119,977 bilhões, superando em 29,1% o total de US$ 92,901 bilhões apurado em igual período de 2010.

Até a terceira semana de abril, as exportações totalizaram US$ 62,103 bilhões, com média diária de US$ 850,7 milhões, equivalentes a um crescimento de 29,7% ante a média de US$ 656 milhões registrada no mesmo período de 2010. Neste ano, as importações já chegam a US$ 57,874 bilhões, com média diária de US$ 792,8 milhões, valor 25% superior à média de US$ 634,3 milhões registrada em igual período do ano passado.

Semana

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 251 milhões na terceira semana de abril, de acordo com o MDIC. Entre os dias 11 e 17, as exportações somaram US$ 4,768 bilhões, com média diária de US$ 953,6 milhões, enquanto as importações chegaram a US$ 4,517 bilhões, com média de US$ 903,4 milhões.

No acumulado do mês até a terceira semana, a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 1,060 bilhão. Nos 11 primeiros dias úteis de abril, as exportações totalizaram US$ 10,871 bilhões e as importações, US$ 9,811 bilhões. Em relação à média diária de embarques de abril do ano passado, houve crescimento de 30,4%, enquanto ante março deste ano houve aumento de 7,6%. Nas importações, o valor foi 28,5% superior à média registrada no quarto mês de 2010 e 5,6% maior que o apurado no mês passado.

Governo estuda tarifa maior para ‘importações desnecessárias’…

Governo estuda aumentar, em até 35%, as tarifas de importação de produtos tidos como supérfluos.

Na busca de instrumentos mais efetivos para evitar a volta de déficits à balança comercial brasileira, o governo estuda aumentar, em até 35%, as tarifas de importação de produtos tidos como supérfluos, com destaque para bens de consumo manufaturados com similares no Brasil e no próprio Mercosul. Essas “importações desnecessárias”, classificou uma fonte, correspondem a apenas 1% da pauta importadora brasileira, ou algo em torno de US$ 1,8 bilhão. São exemplos bebidas, tabaco, móveis e perfumaria. A imposição de restrições demonstraria a disposição brasileira de passar do discurso contra a guerra cambial global e o comércio anticoncorrencial à prática.

De maneira geral, esses segmentos são fabricantes de produtos industrializados que, ao contrário das commodities agrícolas e minerais, estão com os preços deprimidos, por causa do aumento da oferta chinesa, que ainda tem como agravante o fato de o yuan estar desvalorizado artificialmente em relação à moeda americana.

‘A Argentina adora uma proteçãozinha’

Além disso, indiretamente, a medida ajudaria os sócios do Mercosul, especialmente a Argentina, país que vem passando, desde 2002, por um intenso processo de desindustrialização. Isso porque esse tipo de restrição, embora permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) – desde que a tarifa seja de até 35%, para manufaturados -, não pode ser adotado para os membros de uma união aduaneira.
– A Argentina vai gostar. Eles adoram uma proteçãozinha – comentou o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
Ele disse, porém, que vê com preocupação essa ideia. Em sua opinião, é uma ação protecionista e ineficiente:
– A tarifa de 35% é anulada pelo câmbio. Enquanto o real está 30% acima do dólar, o yuan está 40% abaixo do valor da moeda americana, sem contar o custo Brasil.
Em outra vertente, como O GLOBO antecipou, o governo será mais rigoroso na aplicação de medidas antidumping (preços artificialmente fixados abaixo da média de mercado) e compensatórias, conferindo, com redução de ritos e prazos, mais agilidade ao sistema de defesa comercial. O Brasil é, hoje, o segundo país que mais recorre a sobretaxas antidumping, só perdendo para a Índia. Por outro lado, a China é a nação que mais recebe esse tipo de penalidade, à frente de EUA, Índia e União Europeu