Portos do BR sofrem com burocratização

No ano passado, os terminais portuários brasileiros movimentaram aproximadamente 834 milhões de toneladas, um volume 12,11% superior ao alcançado em 2009, quando o montante foi de 733 milhões de toneladas. A movimentação portuária continua crescendo, contudo, se for comparada aos números de outros países, esta quantidade ainda é pequena. Somente no Porto de Louisiana, nos Estados Unidos, foram transportadas 600 milhões de toneladas em 2010. Índices que trazem a tona a já debatida questão do gargalo portuário nacional.

As filas de caminhões e de navios são uma constante nos terminais nacionais, Willen Matelli, diretor presidente da ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários) exemplificou esta realidade com o caso do Porto de Santos, que apesar de possuir equipamentos de primeiro nível, apresenta problemas no acesso viário que acarretam em filas desnecessária. Matelli, no entanto, ressalta que não é somente na questão de infraestrutura que o setor sofre, mas também nas políticas públicas e no excesso de burocracia.

De acordo com a entidade, os recursos do PAC para os próximos anos (aproximadamente R$ 3,8 bilhões) não são suficientes para suprir o déficit brasileiro no segmento. Embora, o diretor da associação afirme que o PND (Plano Nacional de Dragagem) foi de grande auxílio para o setor, uma vez que o aumento de calado garante o recebimento de embarcações maiores e consequentemente aumentam a competitividade nacional.

Matelli também aponta o maior intervencionismo do governo nas questões portuárias como um problema para os avanços no setor. Segundo ele, esta postura remete a um período no qual a grande presença do Estado burocratizava e centralizava demais as decisões dos terminais.

“No tempo da Portobras (Agência reguladoras dos Portos extinta no começo da década de 1990) para conseguir pintar um guindaste para evitar o desgaste com a maresia era necessário enviar uma solicitação ao órgão, porém, a demora era de quase um ano para receber a autorização, que quando chegava, o equipamento já estava, muitas vezes, danificado”, afirmou.

Além disso, o executivo também destaca que o excesso de burocratização é devido aos vários órgãos que os portos têm que se reportar para operar e investir. De acordo com a ABTP, os terminais respondem para TCU (Tribunal de Contas da União), AGU (Advocacia Geral da União), MF/RFB (Ministério da Fazenda e Secretaria da Receita Federal), Marinha entre outros.

Para reverter este quadro, a ABTP sugere que medidas que criem um cenário mais estável sejam criadas para atrair o investimento e que o PAC concentre esforços nos acessos terrestres aos portos e que haja um estímulo a competição isonômica entre os terminais.

A associação ainda enxerga que para uma melhor gestão portuária é necessário descentralizar as decisões do setor, fortalecer as ações do CONIT (Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte), além de garantir a implantação plena da Lei 8.630 que prevê a modernização dos portos.

Fonte: http://www.webtranspo.com.br/aquaviario/22813-portos-do-br-sofrem-com-burocratizacao

Brasil começa julho vendendo mais ao exterior do que comprando

O Brasil iniciou julho vendendo mais aos estrangeiros do que comprando importados. O comércio teve saldo positivo de R$ 2,8 bilhões (US$ 1,8 bilhão) na balança comercial para o país, como divulgou nesta segunda-feira (11) o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

O resultado é positivo quando o Brasil vende mais do que compra e negativo quando ocorre o inverso, exportações menores que importações.

Isso aponta continuidade do que foi verificado no primeiro semestre, quando as contas fecharam com um saldo positivo de R$ 20,28 bilhões (US$ 12,8 bilhões).

Com esse último número, o acumulado do ano já chega a R$ 23,3 bilhões (US$ 14,8 bi). O melhor mês até agora foi junho, com um saldo positivo de R$ 6,9 bilhões (US$ 4,4 bilhões).

As últimas projeções feitas por economistas ouvidos pelo Banco Central indicam um superávit de R$ 31 bilhões (US$ 20,05 bilhões) até o final deste ano. Se isso se concretizar, a conta recupera o mau resultado do ano passado, quando a balança comercial ficou em R$ 12,3bilhões (US$ 7,88 bilhões), o pior desde 2002.

A balança comercial representa tudo o que o Brasil exporta (vende a outros países) e importa (compra dos mercados externos). O saldo da balança é a diferença do que foi vendido e comprado.

As vendas de produtos brasileiros para o exterior tendem a trazer recursos estrangeiros para o país e a gerar mais empregos, pois estimulam a produção e contratações de novos funcionários para atender a demanda dos mercados externos.

Já as importações, embora estimulem a concorrência com os produtos fabricados no Brasil e ajudem a melhorar os preços para o consumidor, tendem a prejudicar a indústria doméstica, o que pode causar reflexo negativo na economia e no mercado de trabalho.

Fonte: http://noticias.r7.com/economia/noticias/brasil-comeca-julho-vendendo-mais-ao-exterior-do-que-comprando-20110711.html